das parecências



assim sempre corre o jovem em direção à mulher: mas será mesmo o amor que o conduz? ou não será sobretudo o amor por si mesmo, busca de uma certeza de estar ali que somente a mulher pode lhe dar? Corre e se apaixona o jovem, inseguro de si, feliz e desesperado, e para ele a mulher é certamente aquela que está ali, e só ela pode lhe oferecer aquela prova. Mas também a mulher está e não está: ei-la que se defronta com ele, igualmente trepidante, insegura, como é que ele não percebe? Quem importa entre os dois quem é o forte e quem o fraco? São semelhantes.



Italo Calvino

O Cavaleiro Inexistente