o amor é o fascínio recíproco de duas pessoas por aquilo que elas tem de menos dizível, de menos socializável; de refratário aos papéis e imagens delas mesmas que a sociedade lhes impõe; aos pertencimentos culturais. Nós podíamos pôr quase tudo em comum exatamente porque a princípio não tínhamos quase nada. Bastava que eu consentisse em viver o que eu estava vivendo, em amar mais que tudo seu olhar, a sua voz, o seu cheiro, seus dedos afilados, o sei jeito de habitar seu corpo, para que todo o futuro se abrisse para nós.
André Gorz
Carta a D.
Carta a D.