dos signos que não salvam



Para dispor as cartas, as mãos do jovem ora procedem por oscilações ou movimentos bruscos nas seqüências, ora se contorcem, como que "chorando" cada carta já jogada que mais valia para outro jogo, ora se deixam ir em gestos de mole indiferença como a significar que tanto a carta quanto o poço são iguais como as copas que se repetem idênticas no jogo, como no mundo das coisas uniformes os objetos e os destinos que se escancaram diante de nós, intercambiáveis e imutáveis, e quem pensa que decide não passa de um iludido.
Como explicar que para a sede que tem no corpo não lhe basta nem um poço nem outro?



Italo Calvino

O castelo dos destinos cruzados