gastamos parte não desprezível de nossa energia a intimidar ou seduzir, já que essas duas garantem, sozinhas, a busca territorial, hierárquica e sexual que anima nosso contato. Mas nada disso chega a nossa consciência. Falamos de amor, de bem e de mal, de filosofia e civilização, e nos agarramos a esses ícones respeitáveis como o carrapato sedento a seu cão bem quentinho.
Às vezes, porém, a vida nos parece uma comédia fantasma.
Muriel Barbery
A elegância do ouriço
A elegância do ouriço